Foi descoberta nos Estados Unidos uma espécie de ratos capazes de regenerar o próprio coração. O próximo objectivo é descobrir a particularidade destes ratos. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte nos países desenvolvidos.
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Uma equipa de cientistas dos Estados Unidos descobriu um tipo de ratos de laboratório capaz de regenerar o próprio coração depois de ter sofrido danos graves. Os cientistas acreditam que a descoberta vai estimular a procura de medicamentos que ajudem a recuperar o coração humano.
Nem o entusiasmo do laboratório do Instituto Wister da Pensilvânia faz esquecer que a aventura só agora começou. Como explica Helen Hebercatz, «se conseguirmos perceber exactamente o que estes ratos fazem talvez possamos reproduzir o processo noutros ratos e até nos humanos para permitir que se dê a regeneração».
A descoberta da equipa liderada por Helen Hebercatz abre perspectivas novas no estudo da regeneração de tecidos, nomeadamente dos tecidos cardíacos. Tudo começou quase por acaso, por uma simples observação numa espécie de ratos de laboratório.
«Primeiro descobrimos que se fizéssemos um buraco na orelha ele fechava. Ou seja, um mês depois toda a cartilagem já tinha nascido novamente. Isto é muito pouco comum porque normalmente não acontece nos ratos», explica a cientista.
Depois de ter observado esta regeneração de tecidos surpreendente num rato, a equipa do Instituto de Wister decidiu levar a experiência mais longe. Assim, a cientista relata que «nós ferimos o coração. Fizemos uma ferida e descobrimos que cerca de dois meses depois, o coração tinha adquirido um aspecto quase normal».
Perante os resultados, os cientistas perceberam que tinham pela frente algo novo, embora continuem sem explicações para esta espantosa capacidade de regeneração desta espécie de ratos muito especial. «Talvez a cartilagem seja diferente ou tenha uma concentração diferente. O que é certo é que nós ainda não sabemos, não temos qualquer certeza», adianta Helen Hebercatz.
Contudo, ainda falta perceber o mais importante. «Estamos a fazer um mapa dos genes envolvidos para descobrir o que são e o que fazem de facto. Isto leva algum tempo», explica a cientista.
Por isso mesmo, Helen Hebercatz diz que a descoberta feita longe de ser o ponto de chegada, é um ponto de partida nesta investigação promissora.