Cientistas americanos desenvolveram um método que permite comparar a forma como o cérebro de vários mamíferos evoluiu, descobrindo que cada espécie possui uma arquitectura cerebral única.
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Cientistas norte-americanos desenvolveram um método que permite comparar a forma como o cérebro de vários mamíferos, incluindo o do homem, evoluiu.
Recorrendo a dados compilados desde há duas décadas, os investigadores compararam os tamanhos relativos de 11 partes do cérebro, descobrindo que cada espécie possui uma arquitectura cerebral única.
Os autores do estudo utilizaram o termo «cerebrotipo» para descrever a caracterização numérica resultante.
As suas análises, publicadas na edição de sábado da revista «Nature», mostram que os seres humanos situam-se num extremo do espectro dos cerebrotipos, enquanto que mamíferos inferiores, como os ouriços-cacheiros, se encontram no outro.
Em termos gerais, os investigadores descobriram que os animais com um cerebrotipo mais semelhante são também os que mais se aproximam na cadeia de evolução.
Sam Wang, um dos autores do estudo e professor assistente de biologia molécular da Universidade de Princeton, espera que o trabalho desenvolvido ajude os cientistas a compreender o que fomentou a evolução do homem e de outros animais, podendo também ser importante na compreensão dos mecanismos genéticos.
Num outro artigo publicado na mesma edição da «Nature», dois psicólogos da Universidade de Vanderbilt dizem que o estudo retoma de forma válida dados analisados anteriormente.
No entanto, Jon H. Kass e Christine E. Collins consideram que é necessário «saber mais sobre os detalhes da organização do cérebro, em mais espécies, e o que essas diferenças significam no seu funcionamento».