Pesquisadores norte-americanos desenvolveram a primeira vacina para prevenir o herpes genital mas a sua aplicação é eficaz apenas em mulheres. Um resultado imprevisto que mesmo assim representa uma grande conquista na luta contra esta doença crónica.
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Pesquisadores norte-americanos desenvolveram a primeira vacina para prevenir o herpes genital mas, para grande surpresa, a sua aplicação é eficaz apenas em mulheres, um resultado imprevisto mas que mesmo assim representa uma grande conquista na luta contra esta doença crónica.
Segundo Spotswood Spruance, investigador da Universidade de Utah, a vacina poderá ser administrada em adolescentes do sexo feminino, permitindo, assim, reduzir a incidência da doença em ambos os sexos, já que limita as possibilidades dos homens entrarem em contacto com mulheres infectadas.
A investigação, durante um encontro da Sociedade Norte-Americana de Microbiologia (SNAM), realizado em Toronto divulga, ainda, que o herpes genital provém de dois vírus estreitamente relacionados: o HSV-1, que causa herpes na boca, e o HSV-2, que afecta a região genital, duas infecções reincidentes e, até hoje, sem cura.
As duas pesquisas, que avaliaram casais onde um dos membros sofria de herpes genital e o outro não, reuniram mais de duas mil e 700 pessoas dos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Itália e Nova Zelândia e após 19 meses, permitiram concluir que a vacina não protegia homens ou mulheres portadores de HSV-1, mas, conseguia prevenir o herpes genital em 75 por cento dos casos entre fêmeas que nunca contraíram o vírus.
Ainda não está claro o porquê da vacina, produzida a partir de uma proteína extraída da superfície exterior do vírus do herpes, combinada com uma substância bactericida que fortalece o sistema imunológico, ser eficaz apenas nas mulheres e não nos homens, mas os pesquisadores sugerem que esse facto poderá residir nas diferenças da autonomia sexual.
Os resultados não são exactamente os que esperávamos», declarou Gary Dubin, chefe de desenvolvimento de vacinas dos laboratórios SmithKline Beecham, na Bélgica, acrescentando que a vacina poderá ser administrada em adolescentes de 10 a 13 anos, já que, nessa idade, geralmente ainda não se contagiaram com nenhuma forma do vírus.