Cerca de 40 laboratórios da Europa e África do Sul vão utilizar plantas geneticamente manipuladas para tentar produzir vacinas e tratamentos para doenças como a sida, a raiva ou a tuberculose, informou hoje a Comissão Europeia.
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O projecto do consórcio Pharma-Planta, que obterá um subsídio comunitário de doze milhões de euros, conta com a participação de 39 laboratórios e colaboradores industriais de 12 países: Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Holanda, Suécia, Áustria, Grécia, Irlanda, Bélgica, Suíça e África do Sul.
O objectivo é utilizar plantas geneticamente manipuladas para produzir produtos farmacêuticos à base de plantas, explica a Comissão Europeia.
Em comunicado, a Comissão diz que «é provável» que um dos primeiros resultados da modificação genética do milho «seja um anticorpo que neutralize o vírus da sida», o qual podia ser incorporado num creme microbicida de fácil aplicação, para impedir a transmissão da doença.
Outra das aplicações poderá ser um anticorpo contra a raiva, doença que causa cerca de 70 mil mortos por ano.
A Comissão explica que, enquanto os métodos tradicionais de fabricar medicamentos exigem cultivos de células e micro-organismos que necessitam de muito pessoal, a utilização de plantas geneticamente manipuladas para produzir um gene que seja utilizável em medicamentos é mais barata e permite a aplicação em vários tipos de medicamentos e vacinas.
O Comissário Europeu de Investigação, Philippe Busquin, declarou que o consórcio «reunirá competências de várias disciplinas, como a imunologia e a botânica, de forma a oferecer perspectivas viáveis de sucesso».
A Pharma-Planta efectuará os seus ensaios clínicos até 2009, e os estudos serão dirigidos pelo Instituto Fraunhofer de Biologia Molecular e Ecologia, na Alemanha, estando a coordenação científica a cargo da Faculdade de Medicina do Hospital de Saint George, em Londres.