Pesquisadores quenianos descobriram um grupo de prostitutas que desenvolveu uma espécie de antivírus contra o HIV. Com base nesta descoberta está a discutir-se o desenvolvimento de uma vacina contra a SIDA numa conferência que se está a realizar nos EUA.
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A criação de uma vacina contra a SIDA está a ser discutida, esta quarta-feira, numa conferência com a participação de cientistas e organizações de lutas contra a doença, em Filadélfia, Estados Unidos.
O objectivo do encontro é trocar informações a respeito das últimas pesquisas desenvolvidas por cientistas do Quénia para deter o avanço da doença e finalmente desenvolver a vacina contra a SIDA.
As tentativas de desenvolver uma vacina contra a doença não tiveram resultados positivos até agora. Isto porque o vírus HIV tem um grande poder de mutação.
Os cientistas quenianos estão a analisar um grupo de prostitutas de Nairobi que parecem ter desenvolvido imunidade ao vírus. A descoberta pode ajudar a desenvolver a vacina contra o HIV.
Prostitutas quenianas resistem ao vírus
O grupo analisado em Nairobi está frequentemente exposto ao vírus HIV e as prostitutas daquela cidade fazem parte de um dos maiores grupos de risco do Quénia.
Os cientistas observaram neste grupo um fenómeno raro: o desenvolvimento de um tipo de resistência ao HIV.
A análise das células do sangue destas prostitutas mostrou que elas desenvolveram a capacidade de fabricar células de defesa especiais - as células T - que atacam a parede do vírus.
Um grupo internacional de cientistas desenvolveu uma vacina que estimula a produção das células T especiais e está usando as células para atacar o vírus.
A pesquisa ainda está no começo, mas a vacina está passando por testes em seres humanos. No entanto, os testes estão apenas a verificar se existe o risco de efeitos colaterais.
No futuro, espera-se que a vacina seja testada entre grupos de risco maiores para determinar se realmente ela possui a habilidade para deter o HIV.
A SIDA já fez mais de 22 milhões de vítimas no mundo todo.