Os clubes de futebol pagaram apenas um sétimo da dívida do totonegócio, segundo o jornal «Público». Aparentemente, as Finanças não contestaram a situação. Os clubes queixam-se da Santa Casa da Misericórdia.
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Os clubes de futebol pagaram, até Agosto de 2003, apenas oito milhões de euros dos cerca de 58 milhões de euros apurados como dívida fiscal no âmbito do Totonegócio celebrado em Fevereiro de 1999, avança o jornal «Público» na edição desta sexta-feira.
Interrogado sobre a questão, o porta-voz do Ministério das Finanças, que em 2002 avançou que iria exigir «tudo a que tinha direito», declarou que as Finanças vão «esperar pelo balanço de meados de 2004 para então tomar as decisões julgadas convenientes».
«Instado a esclarecer a actual situação (...), o porta-voz insistiu que desconhecia «em concreto a situação», não a esclarecendo, nem dando acesso a um despacho oficial de 3 de Dezembro passado em que essa situação é abordada e se procede à repartição das receitas pelos diferentes clubes», escreve o jornal.
Do lado dos clubes, Valentim Loureiro, presidente da Liga de clubes, justifica a situação apontando o dedo à Santa Casa da Misericórdia, dizendo que a instituição falhou no âmbito da dinamização das apostas desportivas, uma obrigação prevista no Totonegócio.
Segundo o Jornal, os clubes terão de liquidar, em 2004, uma dívida que ascende a 21 milhões de euros, aos quais se devem somar 2,3 milhões de euros de dívidas geradas até Julho de 1996 e não cobertas pelo totonegócio.
O chamado totonegócio foi celebrado em Fevereiro de 1999, entre os clubes de futebol e o Estado, e permitiu aos clubes pagarem as suas dívidas fiscais geradas até Julho de 1996 com as receitas futuras do totobola a receber até 2010.