O mundo está a mudar mais rapidamente do que o clima e o planeta parece de súbito mais curioso do que perigoso. É preciso ser optimista sobretudo em tempos de crise, como lembra António José Teixeira no Diário de Notícias de
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E se a teoria do caos sustenta que o simples bater de asas de uma borboleta na china pode provocar uma tempestade na califórnia, é preciso estarmos atentos a algumas pequenas coincidências.
Quiseram os deuses do destino que a greve da Inter em Portugal coincidisse com a visita do presidente eleito do Brasil ao seu homólogo americano e com a polémica provocada em França pelo livro sobre os intelectuais esquerdistas que se tornam estranhamente conservadores e reaccionários.
O encontro de Lula com George Bush faz lembrar em palavras a cena muda de um filme dos irmãos Marx. São dois actores neomarxistas a surpreender esquerdistas conservadores e direitistas empedernidos.
O diálogo de Lula com Bush foi em inglês com o presidente americano a fazer interjeições em castelhano. Mui bien! mui bien!. Qualquer dia aparece uma versão francesa das conversas da Casa Branca para parisiense teorizar e tornar tendência ideológica europeia.
Mas antes disso talvez Carvalho da Silva e Durão Barroso pudessem tentar uma versão desses diálogos em bom
Português. Mesmo com expressões vicentinas. Porque o rescaldo de uma greve não é o resultado de um jogo de futebol que se discute no dia seguinte. É sim um longo campeonato que se vai jogando todos os dias.
Palavras Cruzadas
Crónica diária, de segunda a sexta, às 10h30m