Começa, segunda-feira, em Guimarães, o julgamento que envolve 154 médicos e 97 ex-alunos de duas escolas secundárias. O caso ficou conhecido como «a epidemia de Guimarães» porque centenas de alunos apresentaram atestados médicos para fugir às provas globais.
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Em Junho do ano 2000 alunos das escolas secundárias Francisco de Holanda e Martins Sarmento apresentaram 1201 atestados médicos para faltar às provas globais, o caso ficou conhecido como «a epidemia de Guimarães».
O número tão elevado de atestados médicos fez desconfiar as autoridades, a Ordem dos Médicos investigou 190 clínicos sendo 90 alvo de sanções disciplinares.
O Ministério Público (MP) também levou a cabo investigações e considerou que existiam provas suficientes de que os atestados eram falsos. Segundo o MP, os médicos sabiam que os alunos não estavam doentes e agiram por interesse económico, laços de amizade ou familiares.
O MP concluiu que os alunos fugiram de forma fraudulenta à realização de provas globais, houve crimes de emissão e uso de atestado falso.
Em Dezembro de 2002 foram arquivados os processos pendentes sobre 250 alunos e 57 médicos que assumiram a acusação e que aceitaram pagar as multas fixadas pelo Tribunal: 50 euros destinados a uma instituição de solidariedade.
Mas foram constituídos outros 251 arguidos, 154 médicos e 97 antigos alunos, são eles que respondem a partir de hoje perante o Tribunal de Guimarães no processo em fase de instrução, vão ser ouvidas cerca de 400 testemunhas até Janeiro de 2004.