A Comissão Europeia está satisfeita com a actual perspectiva da inflação na Zona Euro e com as condições monetárias na região. As conclusões fazem parte da Revisão Económica de 2002, da CE. Pelo caminho fica o recado para os défices excessivos.
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A Comissão Europeia prepara-se para divulgar a Revisão Económica de 2002, onde conclui que a inflação na Zona Euro está sob controlo e que as políticas monetárias em vigor conduzem ao crescimento económico.
O relatório, ao qual a agência Reuters teve acesso, foi elaborado antes do corte nas taxas de juro promovido pelo Banco Central Europeu.
Nele a Comissão considera que a estabilidade dos preços foi estabelecida e incorporada na vida das famílias e nas expectativas dos investidores da região, permitindo que a política monetária se ajuste ao crescimento económico.
A CE reitera que espera uma recuperação gradual da procura, mas salienta que a retoma do investimento deverá manter-se pressionada enquanto persistirem receios sobre a conjuntura económica a médio prazo.
No que respeita à subida do euro, a Comissão considera que «a apreciação da moeda única tem tido um impacto negativo nos custos da competitividade mas, mesmo assim, esta subida é favorável numa perspectiva de longo prazo».
Baixar os défices
O relatório da Comissão também reitera os recentes alertas daquele organismo, em relação à Alemanha, França, Itália e Portugal, para fazer mais com vista à redução do défice.
A CE lembra as acções disciplinares lançadas contra Portugal e Alemanha, por quebra do limite dos três por cento para o défice, e o aviso lançado a França pelo risco de deterioração do défice.
Da mesma forma, lembra a necessidade de adoptar medidas com vista à redução do défice das contas públicas, alertando para o facto de que «medidas únicas apenas adiam o necessário ajustamento estrutural e não ajudam a longo prazo».
A Comissão Europeia estima que a taxa potencial de crescimento da Zona Euro, ou seja, o máximo a que a economia pode crescer sem incendiar a inflação, é de cerca de 2,5 por cento para o período 2001-2003, descendo para os 2,2 por cento em 2004.