Um estudante de química norte-americano descobriu um novo material que poderá permitir a substituição das injecções de insulina por comprimidos desta substância. Até agora todas as tentativas de produzir um comprimido assim tinham fracassado, já que o remédio era destruído pelos ácidos da boca e estômago.
Corpo do artigo
Um estudante de química norte-americano descobriu um novo material que poderá permitir a produção de comprimidos de insulina. Este novo material poderá assim dar a «reforma» às tradicionais injecções de insulina para quem sofre de diabetes.
Muitas pessoas com diabetes têm que tomar até três injecções de insulina diariamente para controlar os níveis de açúcar no sangue, mas agora estas injecções poderão vir a ser substituídas por simples comprimidos.
O novo material é um polímero gelatinoso, que protege a insulina dos ácidos do sistema digestivo até ao intestino delgado, onde é absorvida. As tentativas anteriores de produzir um comprimido assim fracassaram, já que os ácidos da boca ou dos estômago destruíam o comprimido antes de tempo.
O estudante Aaron Foss, da Universidade de Purdue, Indiana, diz que o intestino delgado é menos ácido, o que permitirá ao composto químico dilatar e soltar a insulina no organismo. Num teste, Aaron Foss colocou o polímero numa solução e duas horas depois diminuiu a sua acidez. «de repente abriu e libertou a insulina na solução», explicou.
Os testes já efectuados em animais mostram que mais de 16 por cento da substância pode chegar à corrente sanguínea. Antes desta descoberta apenas 0,01 por cento chegava ao sangue.
Este estudante diz que o comprimido funciona na altura certa mas que ainda será necessário encontrar um elemento com uma resposta mais rápida e capaz de libertar mais insulina no organismo. «estamos a mudar proporções e misturas. Não estamos a variar o sistema, mas a variar diferentes aspectos para melhorar os efeitos», disse Aaron Foss.
Os cientistas envolvidos na investigação esperam que dentro de dez anos já haja comprimidos de insulina disponíveis no mercado.
«Vida mais fácil»
Mairi Benson, da Associação britânica de Diabetes diz que «damos as boas vindas a estes avanços, que tornam a vida mais fácil para as pessoas com diabetes. A pesquisa ainda está no início, mas vamos acompanhar os resultados».