A maioria do conselho ético alemão aprovou, esta quinta-feira, a importação de células percursoras de embriões para fins científicos. A decisão final sobre esta legislação cabe ao Bundestag (câmara de deputados).
Corpo do artigo
A maioria dos membros do Conselho Nacional Ético alemão, criado em Junho pelo chanceler Gerhard Schroeder, pronunciou-se a favor da importação, para fins de pesquisa, de células percursoras de embriões humanos - uma recomendação esperada com ansiedade uma vez que o debate sobre este tema está no auge.
Catorze dos 25 membros do Conselho - que reúne sobretudo universitários, médicos e representantes religiosos - são favoráveis a esta importação de células percursoras, sob condições estritas e durante um período de três anos, indicou Spiros Simitris, um jurista que integra o Conselho.
Esta deliberação não é vinculativa e a decisão final cabe ao Bundestag (câmara de deputados) que tem marcada um debate parlamentar sobre este assunto para dia 30 de Janeiro.
As células percursoras, por serem indiferenciadas, têm a possibilidade de se desenvolver em qualquer tipo de tecido ou órgão do corpo humano e podem ser retiradas de indivíduos adultos, do sangue materno ou de embriões humanos.
Segundo as condições sugeridas pelo concelhos, as células importadas não devem ser provenientes de embriões fabricados apenas para fins de pesquisa mas sim dos embriões «excedentes» - como os que resultam de embriões abortados naturalmente - que não estejam sob jugo parental e que estejam condenados à destruição.
Além disso, os casais dos quais os embriões são oriundos deve dar a sua autorização para a pesquisa sem tirar qualquer benefício financeiro da acção. O projecto de pesquisa deve cumprir estritamente os critérios estabelecidos e os resultados devem ser tornados públicos.