Vítor Constâncio recusou, esta quinta-feira, as acusações do presidente-executivo do BPI de que o Banco de Portugal foi condescendente para com o Banco Comercial Português (BCP), instituição que está a ser investigada devido a fortes indícios de irregularidades.
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Em entrevista à RTP 1, Vítor Constâncio, presidente do Banco de Portugal, recusou as acusações de Fernando Ulrich, afirmando que o presidente do BPI «foi leviano».
Fernando Ulrich «não conhece os factos todos, e parece que ignora alguns aspectos da lei», afirmou Vítor Constâncio, em entrevista à jornalista Judite de Sousa.
«Relativamente ao rácio de capital do banco, a directiva comunitária sobre os fundos próprios (que contam para o rácio de capital que tem de ser respeitado) não permite que seja retirado dos fundos próprios qualquer acção que seja dada como garantia, mesmo sob a forma de penhora», salientou Vítor Constâncio.
O presidente do BPI disse hoje, em conferência de imprensa que, «nos últimos meses», viu confirmada a sua «percepção de que houve alguma condescendência em relação ao BCP».
Ulrich disse também esperar que o governador do Banco de Portugal seja «seja exaustivo, pedagógico e completamente esclarecedor nas suas explicações sobre o BCP».
Caso contrário, «é a credibilidade do sistema financeiro português, a começar pelo regulador, que estará em causa», acrescentou o presidente do BPI.