O primeiro-ministro do Luxemburgo acredita que a Constituição Europeia não morreu, à luz do resultado do referendo deste domingo. Para Jean-Claude Juncker, a vitória do "sim" foi, também, a salvação do cargo que ocupa desde 1995.
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No plano interno, o triunfo do "sim" no referendo luxemburguês à Constituição Europeia representa uma vitória para os principais partidos luxemburgueses mas, sobretudo, para o primeiro-ministro Jean-Claude Juncker.
O governante colocou em jogo, na campanha pelo "sim" não só todo o seu peso politico mas também o seu futuro, uma vez que deu a entender que renunciaria ao cargo de primeiro-ministro se o "não" ganhasse.
Os resultados confirmaram as tendências das sondagens. No entanto, os defensores do "não" representam uma larga e reforçada minoria no país, sobretudo tendo em conta que o Luxemburgo é um dos seis fundadores da União Europeia, tradicionalmente europeísta e onde se encontram sedeadas algumas das instituições comunitárias.
No plano europeu, o referendo no Luxemburgo tem duas leitoras: é o primeiro após a vitória do não ao Tratado na França e Holanda e o resultado é visto pelos defensores do texto constitucional, como a forma de inverter a vaga de eurocepticismo.
No entanto, este referendo surge após a decisão dos 25 Estados-membros de decretar um período de reflexão no processo de ratificação, após o "não" na França e Holanda.
Numa declaração feita após serem conhecidos os resultados do referendo, Jean-Claude Juncker afirmou que a Constituição Europeia «não está morta».
«A mensagem que surge e que se destina à Europa e ao mundo é a de que a Constituição não morreu depois dos votos em França e na Holanda», afirmou.