O porta-contentores «Corvo» partiu-se hoje de manhã devido à forte ondulação que se regista na costa açoriana. Começou agora a derramar combustível no mar, ameaçando a reserva natural da Graciosa.
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O «Corvo» começou a perder combustível mas o Governo Regional dos Açores diz que está pronto para fazer frente ao derrame de gasóleo. O secretário açoriano do Ambiente, Hélder Silva, e o capitão do porto de Angra do Heroísmo consideraram hoje «mínimos» os riscos de poluição por um eventual derrame de combustível no navio «Corvo» encalhado próximo da ilha Graciosa - uma reserva natural onde nidificam espécies raras.
O porta-contentores «Corvo», encalhado desde a madrugada de sábado no ilhéu Praia (na foto), a sul da ilha Graciosa, partiu-se hoje de manhã devido à forte ondulação na zona.
Uma fonte do armador do navio, a Mutualista Açoriana, referiu que, face à nova situação, a sua recuperação afigura-se «pouco provável».
Devido ao mau estado do mar na zona, alguns dos 80 contentores a bordo e algumas viaturas soltaram-se do navio de 86 metros de comprimento.
Na zona encontra-se um rebocador contratado pelo armador que aguarda uma melhoria do estado do mar para proceder à operação de trasfega de 30 toneladas de gasóleo, visando impedir a poluição do ilhéu, uma reserva onde aves raras costumam fazer os seus ninhos.
Autoridades confiantes
O secretário Hélder Silva sublinhou que as 50 toneladas de combustível a bordo do porta-contentores não constituem preocupação de maior, uma vez que se trata de gasóleo, um produto de fácil evaporização.
Areias Figueira, o capitão do porto de Angra do Heroísmo, referiu, por seu lado, que as condições meteorológicas na zona farão com que o combustível, em caso de derrame, se afaste da costa e garantiu a existência na ilha de meios para impedir a sua aproximação de terra.
A trasfega do combustível do navio «Corvo» está condicionada pelo agravamento das condições meteorológicas, disse o armador.
Segundo a Mutualista Açoreana, empresa proprietária do navio, logo que as condições de tempo o permitam será executado um plano de acção, envolvendo as autoridades regionais e especialistas internacionais, para remover o combustível.