O presidente da Câmara de Lisboa manifestou-se, esta segunda-feira, confiante que o empréstimo será viabilizado terça-feira pelo PSD na Assembleia Municipal, classificando a proposta alternativa da distrital social-democrata de «irresponsável» e «irrealista».
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«Tenho a convicção que, perante a total irresponsabilidade da pretensa alternativa que é apresentada, a proposta [de empréstimo pelo executivo camarário aprovada na semana passada] será viabilizada», afirmou António Costa, em conferência de imprensa.
O autarca lisboeta afirmou-se «mais confiante do que anteriormente de que a Assembleia viabilizará a proposta».
Questionado sobre a hipótese de se realizarem eleições intercalares - caso Costa optasse por se demitir se a bancada municipal do PSD não aprovasse o empréstimo - o autarca socialista considerou que «não faz sentido» que, quase cinco meses depois das eleições, se retome um cenário de crise.
O PSD de Lisboa pretende apresentar terça-feira na reunião da Assembleia Municipal uma proposta alternativa à aprovada na semana passada pelo executivo camarário, implicando a contracção de um empréstimo de 143 milhões de euros para «pagamento imediato a todos os fornecedores com dívidas inferiores a três milhões de euros».
Prevê ainda a constituição de um «fundo de reestrutução municipal» de 357 milhões de euros, incluindo outro empréstimo de 57 milhões de euros, venda de património e participações da câmara até 250 milhões de euros e um plano de poupança orçamental de 50 milhões de euros.
António Costa contestou a alternativa hoje proposta pelo líder da distrital social-democrata de Lisboa, Carlos Carreiras, sublinhando que o pagamento imediato de apenas 143 milhões de euros de dívida implica «um aumento de 24 milhões de euros por ano de juros, dois milhões de euros de juros por mês».
Por outro lado, Costa considera que a venda de património para saldar as dívidas «não é alternativa».
«O património da Câmara é finito. Tem de ser gerido e não alienado à pressa para pagar dívidas de curto prazo», defendeu, sublinhando que nos últimos anos, entre 2001 e 2006, o PSD propôs a venda de património municipal, mas apresentou consecutivamente taxas de execução muito baixas.
«Todos os anos, o município vendeu muitíssimo menos do que pretendia», acrescentou.