João Cravinho e a maioria dos sindicatos não concorda com uma provável aprovação do Orçamento para 2005, pois este documento não é bom. Já o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado assinala que o Governo quer vier pode alterar o OE.
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João Cravinho não concorda com a provável promulgação do Orçamento de Estado (OE) para 2005 por parte do Presidente da República, que na terça-feira decidiu a dissolução do parlamento.
Para o deputado do PS governar com duodécimos do Orçamento não é fácil, mas é o «menor dos males», apesar dos constrangimentos que obriga.
«Por outro lado, suponho que governar com um Orçamento de 2005 em que ninguém se reconhece e que eventualmente não será aceite pelo Governo que vier a sair das próximas eleições parece pior», afirmou o parlamentar socialista à TSF.
Com a aprovação do Orçamento, que poderá acontecer na terça-feira, Sampaio pretenderá que não haja congelamento dos salários para a Função Pública, o que não convence Paulo Trindade.
O sindicalista da Frente Comum entende que o Orçamento não pode passar, uma vez que é «globalmente mau» e pode conduzir «à imposição dos 2,2 por cento de aumento através de portaria».
«Para a Frente Comum, assim que o novo Governo tomar posse iremos pedir a reabertura do processo negocial para que haja uma actualização salarial em 2005 que reponha o poder de compra da Administração Pública», acrescentou.
Nobre dos Santos, da FESAP, também não concorda com uma eventual aprovação do Orçamento para 2005, uma vez que este é «opaco e não traz nada de bom para o país do ponto de vista económico e social».
O sindicalista, que lembrou também a imposição dos 2,2 por cento de aumento para a Função Pública, preferiria que se aguardasse «um novo Governo», que fizesse aprovar um novo Orçamento, muito embora assinale que seria bom para os trabalhadores recebessem os seus aumentos já em Janeiro.
É precisamente este último ponto que faz com que Bettencourt Picanço considere que a aprovação do Orçamento seja uma «posição razoável».
Para o responsável do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, não é só a questão dos aumentos que deve ser levada em conta, mas também as «diversas alterações aos Fundos Comunitários que implicam que as coisas comecem a funcionar no início do ano».
«É óbvio que o Governo que vier pode sempre alterar o Orçamento e muito em especial pode promover a negociação de todo um conjunto de questões que ficam pendentes para Administração Pública», notou.