Os créditos bonificados vão passar a ter um prazo máximo de 50 anos, tal como já acontece com os empréstimos sem bonificação. À TSF, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, explicou que já não fazia sentido manter o prazo máximo em 30 anos.
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O prazo máximo dos créditos bonificados para compra de habitação vai passar para os 50 anos, uma medida que é aprovada esta quinta-feira em Conselho de Ministros e que coloca este prazo igual aos empréstimos sem bonificação.
Em declarações à TSF, o ministro das Finanças explicou que o prazo de 30 anos para os empréstimos com bonificação já não fazia sentido, em particular, levando em conta o aumento da esperança de vida dos portugueses.
«Isto vai permitir a 415 mil famílias portuguesas poderem avaliar os seus encargos mensais. Isto é particularmente importante tendo em atenção os desenvolvimentos nos mercados financeiros e os aumentos nas taxas de juro», acrescentou Teixeira dos Santos.
O titular da pasta das Finanças adiantou ainda que esta medida beneficia uma família que tenha um crédito de 40 mil euros no seu nono ano de vigência, um crédito que resultado num encargo mensal na ordem dos 197 euros.
«Pode beneficiar de uma redução para os 140 euros, isto é, uma poupança de cerca de 57 euros mensais, uma redução de cerca de 29 por cento», acrescentou o ministro, que contabilizou uma poupança de 140 euros para empréstimos de cem mil euros.
Esta medida entra em vigor a 15 de Junho, podendo os empréstimos bonificados ser renegociados a partir desta data, o que dá aos bancos dois meses para se prepararem para as novas regras.
DECO desvaloriza alargamento de prazos
Também em declarações à TSF, o director da revista Dinheiro & Direitos, da DECO, não considera grandes vantagens com as novas regras dos créditos bonificados, uma vez que são poucos os consumidores com este tipo de empréstimos.
«O que é importante em termos de empréstimos bonificados é verificarem a taxa de juro cobrada. De acordo com as nossas análises, como muitos beneficiaram do benefício fiscal, nunca olhou para a taxa de juro como algo a ser negociado», explicou Pedro Moreira.
O director desta revista lembrou que esta questão da taxa de juro tem muito mais implicações para as famílias do que o alargamento do prazo para este tipo de empréstimos.