A crise financeira actual poderá ser considerada como a mais grave desde a Segunda Guerra Mundial. Quem o diz é o ex-governador da Reserva Federal norte-americana, num artigo publicado, esta segunda-feira, no Financial Times.
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«A actual crise finaceira nos Estados Unidos vai ser verdadeiramente considerada como a mais grave desde o fim da Segunda Guerra Mundial», considera Alan Greenspan, que presidiu à Reserva Federal (Fed) de 1987 a 2006.
«Ela chegará ao fim quando o preço dos bens imobiliários estabilizar e por inerência os preços dos produtos financeiros ligados aos empréstimos hipotecários», estima.
Segundo Greenspan, «esta crise fará numerosas vítimas, e o sistema de avaliação de riscos actualmente no terreno será particularmente afectado».
«Mas espero que uma das vítimas não seja o sistema de supervisão mútua (através dos actores e intervenientes do sector financeiro) e a auto-regulação financeira como mecanismo fundamental de equilíbrio para o sector financeiro
mundial», adiantou.
O ex-governador da Fed - que já foi acusado de estar na origem da bolha imobiliária devido à sua política de taxa monetária muito baixa, seguida pela Fed entre 2001 e 2004 - estima igualmente que nunca haverá um sistema perfeito para avaliação de riscos.
«A gestão de risco nunca atingirá a perfeição e chegará sempre o momento onde fracassará e, uma verdade incomodativa será posta a nu, provocando uma resposta inesperada e brutal», escreve Greenspan.
Já o director-geral do FMI considerou hoje que a prioridade dos governos europeus deve ser de limitar os estragos da crise financeira, uma «tarefa difícil» quando a inflação e a recessão constituem «problemas potenciais».