No próximo ano, vai nascer no Alqueva o maior lago artificial da Europa. No entanto, e de acordo com informações que o jornal «Público» publica esta manhã, ainda não há uma data certa para o fecho das comportas.
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O ano 2002 vai ser marcado pela inauguração da barragem do Alqueva. Trata-se de um dos maiores investimentos públicos, nos últimos tempos, em Portugal.
Esta obra, ao longo da sua construção, tem vindo a estar rodeada de várias polémicas.
O fecho das suas comportas, que esteve previsto para o último dia deste ano, ainda tem data incerta.
Sabe-se, no entanto, que o enchimento da barragem só vai começar depois de construída a nova ponte, na estrada que liga Reguengos de Monsaraz a Mourão. A conclusão desta ponte está prevista para fins de Fevereiro ou meados de Março.
Não foi dada uma explicação para estes sucessivos adiamentos, mas o jornal «Público» assegura que há projectos muito atrasados.
O atraso no calendário vai possibilitar que se concluam obras que estavam a ser feitas com pouca margem de tempo, mas há várias dúvidas.
A primeira é que, partindo do princípio que se começa a encher a barragem a partir de Março, ninguém acredita que as chuvas sejam suficientes para atingir a cota 139, ou seja, o nível de cerca de um quarto da capacidade total da barragem.
Depois há outro problema. Mesmo que se atinja esse limite, essa água, com esse nível, não vai servir para a agricultura, uma vez que o único perímetro de rega que está a ser concluído, ainda não está ligado ao Alqueva.
Este nível também não servir para produzir electricidade, já que a central eléctrica da barragem também não está concluída.