A incursão jazzística de hoje recupera a tradição, e dá um bom exemplo de diversidade e actualidade: o trompetista Dave Douglas. Reinventar e criar a memória, recordando a pianista Mary Lou Williams.
Por muito que custe a quem gosta de ver a história escrita de uma só vez, capítulo após capítulo, o jazz, como todas as artes, precisa de ser estudado e ouvido transversalmente, com recuos e saltos cronológicos, ligando as notas ao tempo em que nasceram e seguindo os seus traços nos tempos que vieram depois.
É por isso que as tradições são sempre mais vivas do que parecem. Fechá-las numa folha de calendário é meio caminho andado para não lhes apanhar o sentido e falhar a medida da sua influência.
Na pluralidade de caminhos que hoje se cruzam no jazz e em que se cruza com o mundo, o trompetista Dave Douglas é um símbolo da diversidade de projectos dentro de uma só personalidade. E uma lição para os que julgam que andar para a frente é sinónimo obrigatório de não olhar para o que está para trás.
Ao lado de Dave Douglas, JAZZ AVENUE viaja pelos caminhos e inventou na herança Mary Lou Williams.