Em época de compras de Natal, a DECO lança o alerta para o perigo que representam vários brinquedos e recomenda que os mesmos sejam retirados do mercado. O alerta surge no mesmo dia em que a Comissão Europeia anunciou a intenção de fazer uma auditoria às medidas de segurança adoptadas pelas empresas envolvidas no sector dos brinquedos, e que deverá estar concluída no primeiro trimestre de 2008.
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A maioria dos brinquedos testados pela DECO representam risco para as crianças, alertou hoje a associação, revelando que os produtos estão à venda em todo o tipo de estabelecimentos, desde lojas chinesas a hipermercados e lojas da especialidade.
Contrariando a ideia de que perigosos são os das lojas chinesas, a DECO comprou 30 brinquedos também em lojas da especialidade e hipermercados e descobriu que 18 eram perigosos, tendo concluído que nenhum tipo de espaço comercial dá garantias de segurança.
Segundo a responsável pelos testes, a ASAE já foi alertada para a existência dos 18 brinquedos perigosos que devem ser retirados do mercado.
De acordo com Teresa Belchior, a situação no mundo dos brinquedos não tem vindo a melhorar. Ao fazer uma comparação entre os resultados dos testes que a associação realiza desde 1993, aquela responsável lembrou que mais de metade dos brinquedos são perigos.
As falhas mais comuns encontradas nos 18 brinquedos chumbados pela associação foram a descoberta de «peças pequenas que se soltam e brinquedos que se partem com facilidade criando pontas aguçadas ou bordos cortantes».
Perante os jornalistas, a DECO demonstrou a pouca resistência de alguns brinquedos, podendo estes partir-se em pedaços ou até libertar peças pequenas que poderiam sufocar as crianças.
Outra das falhas detectadas foi a má qualidade do compartimento para colocar pilhas, tornando este pequeno objecto tóxico de fácil acesso às crianças.
A DECO conseguiu também comprar brinquedos que, contrariando a legislação em vigor, eram inflamáveis.
Os testes da Defesa do Consumidor descobriram ainda falhas graves ao nível de rotulagem, que passam pela exclusão da idade mínima recomendada ou ausência de avisos sobre os perigos inerentes.
Além desta falha, alguns dos brinquedos não tinham rótulo escrito em português enquanto outros apresentavam informações contraditórias
Bruxelas anuncia auditoria à segurança dos brinquedos
A Comissão Europeia anunciou, entretanto, a realização de uma auditoria às medidas de segurança adoptadas pelas empresas envolvidas no sector dos brinquedos, a concluir no primeiro trimestre de 2008.
Esta é uma das medidas que o Executivo de Bruxelas vai adoptar para reforçar o controlo da aplicação das normas actualmente em vigor na União Europeia em matéria de segurança dos produtos.
A Comissão Europeia quer ainda desenvolver acções de educação e formação sobre as normas da UE em matéria de segurança dos brinquedos dirigidas aos parceiros industriais chineses e a outros mercados.