O maior julgamento de polícias continua a «dar que falar». Esta quarta-feira, os advogados de defesa dos 25 agentes da Brigada de Trânsito (BT) da GNR tentam provar que o perdão de multas é uma «prática habitual».
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No Tribunal de Albufeira os advogados de defesa dos agentes da BT - que são acusados de corrupção activa e passiva - continuaram esta quarta-feira a tentar provar que o perdão de multas é uma prática generalizada e que é praticado «pelo próprio comando da BT da GNR».
«O próprio comando da BT perdoa multas e nem sequer chega a autuar», acusa o advogado de defesa Pereira da Silva, sublinhando no entanto que está prática «acontece com um cidadão de primeira, porque para o comando geral da BT há cidadãos de terceira e de quinta».
Pereira da Silva refere que estes «cidadãos de primeira» são «magistrados, deputados, superintendentes da PSP, directores de estabelecimentos prisionais e embaixadores».
Relativamente às ofertas o advogado afirma que «eram uma prática tão habitual que o próprio comando geral da BT teve de enviar uma directiva - em 5 de Dezembro de 2002 -, a dizer que iam deixar de existir ofertas, o que significava que anteriormente havia».
Dos 35 acusados da prática dos crimes de associação criminosa, corrupção, extorsão e abuso de poder, apenas um - o primeiro-sargento Garcia - está em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Tomar.