Cientistas da Escola de Medicina de Nova Iorque encontraram o gene que possibilita a identificação, por parte dos receptores gustativos da língua, de alimentos doces. Esta descobera pode ajudar ao desenvolvimento de novos adoçantes por parte da indústria alimentar.
Corpo do artigo
A equipa da Escola de Medicina do Monte Sinai liderada por Robert Margolskee identificou o gene que pode ser o responsável pelo gosto acentuado do ser humano em relação aos alimentos doces.
Esta descoberta não tem apenas interesse para a indústria, que tentará compreender melhor os processos pelos quais os seres humanos interpretam o sinal de «doce» no seu cérebro e no seu organismo, mas também na história da evolução humana, onde a capacidade de distinguir os alimentos doces (ricos em energia) dos alimentos amargos (como as plantas venenosas), pode ter ajudado à sobrevivência e desenvolvimento da espécie humana.
Pensa-se que o gene descoberto (ainda não «baptizado») seja o responsável por esta importante função sensorial. Este trabalho foi baseado em estudos de duas cadeias genéticas de rato de laboratório. Uma das cadeias «preferia» água com acúcar ou sacarina enquanto a outra «preferia» água simples.
Os cientistas procuram agora dados que confirmem a existência de uma «base de dados» com sequências genéticas semelhantes nos seres humanos. Parece que apenas uma pequena modificação genética pode influenciar o gosto, ou não, por alimentos doces.
«Parece ajustado dizer que a presença ou a ausência de uma cadeia de acúcares num receptor gustativo, pode determinar a sensiblidade e preferência pelos doces» escreveu Robert Margolskee na revista «Journal Genetics». «Esta informação será particularmente útil na identificação de novos adoçantes de grande potência», acrescentou o cientista.
Um estudo semelhante, realizado pela Universidade de Harvard, foi publicado na revista «Nature Neuroscience».