Todos os partidos da oposição votaram contra o Orçamento de Estado para 2008, que foi aprovado unicamente com os votos da maioria socialista. A oposição critica sobretudo os níveis de desemprego e o valor do défice.
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Pela parte do PSD, Jorge Neto fala num embuste e considera o orçamento «uma falácia, um logro», um «verdadeiro embuste» que tem como único objectivo adaptar a «política orçamental a um cenário favorável ao ciclo eleitoral que se aproxima com vista à distribuição de benesses pelo Governo», como a descida de impostos.
O PSD acusou igualmente o Executivo de «mandar às malvas, sem apelo nem agravo, o esforço de consolidação orçamental e os sacrifícios pedidos aos portugueses».
O PCP, através de Honório Novo, garantiu que só não vê quem não quer: «Este debate orçamental mostra que o Governo está já numa atitude eleitoralista medida e preparada ao milímetro».
Quanto às Estradas de Portugal, a bloquista Ana Drago lembrou que o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, entendeu as críticas do BE sobre este negócio como «calúnias», mas salientou que o seu antecessor no cargo, Campos e Cunha, escreve hoje um artigo no Público onde critica as alterações na Estradas de Portugal.
«Gostaria de perceber, ministro Teixeira dos Santos, se considera que o seu antecessor também é um caluniador da imagem do país?», questionou, lembrando que foi igualmente sobre esta matéria que o socialista Manuel Alegre exigiu mais esclarecimentos ao Governo.
Em matéria de emprego, o CDS acusou o Governo de falhar o seu compromisso, lembrando que José Sócrates disse, ainda na oposição, que os 7,1 por cento de desemprego registado no final do executivo PSD/CDS-PP era um número «que devia fazer soar campanhias» e «a marca de uma governação falhada».
«Estamos com 7,9 por cento de desemprego. E agora sr. primeiro-ministro? Não soa nada? Nem uma campainha, nem um leve zumbido? 7,9 por cento são o sinal de uma crise social do sacrifício dos portugueses que soa e ecoa não como uma campainha mas como um verdadeiro sino de catedral», criticou.
Os Verdes criticaram sobretudo o volume do défice, um problema também salientado pelo socialista Manuel Alegre afirmando não só em défice económico mas também social e de esperança.