Um deputado municipal de Coimbra alertou que o deslizamento de terras na Avenida Elísio de Moura, que fez danos num prédio e colocou vivendas em risco, «é um amontoar sucessivo de erros ao longo dos anos».
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Um deputado municipal de Coimbra alertou sexta-feira que a Avenida Elísio de Moura, onde um deslizamento de terras provocou danos num prédio e colocou vivendas em risco, «é um amontoar sucessivo de erros ao longo dos anos».
As várias situações provocadas pelas chuvas constantes que se têm sentido nos últimos tempos foram abordadas durante a reunião da Assembleia Municipal, nomeadamente as inundações do Rio Ceira e do Rio Eça.
Segundo o deputado municipal Pignatelli Queiróz, um artigo publicado em 1993 já tinha aludido à possibilidade de ocorrerem problemas na Avenida Elísio de Moura, que era apresentada como «outro vale propício a eventual catástrofe».
Na sua perspectiva, o deslizamento de terras registado às 21:00 de quarta-feira, no terreno em declive entre a Rua António Jardim e a Avenida Elísio de Moura, é «uma parcela mínima do que pode ser um futuro pouco risonho».
A construção desordenada, a desflorestação e a falta de cuidado com os fios de água foram alguns erros apontados, afirmando Pignatelli Queiróz que os cidadãos e o Governo não se podem alhear da natureza, «têm de a respeitar e juntar-se a ela».
O presidente da autarquia, Manuel Machado, lembrou que a avenida Elísio de Moura foi construída na década de 60, início da década de 70, e congratulou-se por a Câmara não ter permitido a construção de outra sua paralela, na encosta.
O deputado municipal José Clemente, presidente da Junta de Freguesia de S. Bartolomeu, lembrou uma outra situação, a derrocada de um prédio da Rua Corpo de Deus, na baixa de Coimbra, que obrigou a retirar seis famílias das casas vizinhas como precaução.
«Foi uma derrocada que poderia ter tido consequências tão graves como a da Elísio de Moura», referiu, imputando a culpa aos senhorios, que não tomaram qualquer precaução mesmo depois de várias vezes notificados.