Um marcador radioactivo utilizado para detectar tumores malignos em crianças pode também destruir as células cancerígenas. A afirmação é dos cientistas da Universidade de Michigan.
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Um marcador radioactivo utilizado durante décadas para localizar tumores malignos em crianças, pode ter a capacidade de destruir as células cancerígenas, afirmaram hoje cientistas da Universidade de Michigan.
Este marcador, denominado MIBG, foi desenvolvido nos anos 70 para diagnosticar o lugar exacto em que se encontra um tipo de tumores conhecido como neuroblastoma, o segundo tipo de tumor mais comum nas crianças.
Segundo afirmou hoje Gregory Yanik, investigador da Universidade de Michigan, esta substância, que se agarra aos tumores, parece ter também a capacidade de os destruir ou pelo menos reduzir o seu tamanho.
«O MIBG pode actuar como um projéctil contra os tumores e dirigir-se especificamente aos neuroblastomas, mantendo o resto do corpo à margem de complicações ou efeitos secundário», disse o investigador, que, com a sua equipa, apresentaram os resultados dos seus estudos na reunião da Sociedade Norte-americana de Hemtologia, a ciência que estuda o cancro, em São Francisco, Califórnia.
«Esperamos que em investigações futuras o MIBG possa ajudar-nos a tratar e até a curar doentes com neuroblastomas», disse.
Os neuroblastomas, que representam cerca de oito por cento de todos os tumores infantis, são diagnosticados nos primeiros anos de vida.
Durante a primeira fase de tratamento, a terapia produziu um desaparecimento completo dos tumores em oito crianças e uma diminuição parcial em outros três, pelo menos durante 100 dias e, em muitos casos, por mais de um ano.
Apesar desta novidade, Yanik advertiu que estes resultados deverão ser encarados com cautela, porque passado este período muitas crianças tiveram recaídas e algumas desenvolveram novamente tumores que resultaram na morte.