A polícia brasileira deteve esta sexta-feira sete homens suspeitos de envolvimento no assalto ao barco do velejador neo-zelandês Peter Blake, que foi ontem morto durante uma expedição na Amazónia.
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Sete homens acusados do homicídio do velejador neo-zelandês Peter Blake, vencedor da Taça América em 1995 e em 2000, foram detidos esta sexta-feira, informou a polícia brasileira.
«Pelo menos um dos detidos já confirmou a sua participação no crime, e os outros não confessaram, mas também não negaram as acusações», disse o chefe da divisão de informações da Polícia Civil do estado de Amapá, Allan Albrecht, à agência noticiosa espanhola EFE.
Blake, considerado um dos melhores navegadores de todos os tempos, foi assassinado com um tiro no peito, ao resistir a homens encapuzados que assaltaram o seu barco, «Seamaster», na noite de quarta-feira, quando estava ancorado no rio Amazonas.
Albrecht garantiu que os detidos tinham em seu poder objectos roubados durante o assalto ao veleiro, entre os quais um relógio de navegador, uma espingarda da tripulação e duas máquinas fotográficas.
«Os primeiros interrogatórios permitem-nos deduzir que ainda está em fuga um dos participantes no assalto, o qual seria a pessoa que conduziu a balsa de onde os assaltantes saltaram para o barco do neo-zelandês», acrescentou.
Albrecht informou ainda que os sete acusados foram detidos na madrugada de hoje, no município de Santana, a poucos quilómetros do local do assalto, e que foram conduzidos depois às instalações da Polícia Federal em Macapá, capital do estado de Amapá.
Blake e os nove tripulantes do «Seamaster», todos neo-zelandeses, estavam no Brasil desde 2 de Outubro a realizar uma expedição científica, que começara na Antártida.
Segundo versões da imprensa, os sete detidos disseram que confundiram o veleiro de Blake com um barco de turistas e que não esperavam que alguém resistisse ao assalto.
A expedição liderada por Blake na Amazónia era patrocinada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e tinha por objectivo a realização de um documentário sobre vários paraísosecológicos no Mundo, o qual deveria estar concluído em cinco anos.
Blake, de 53 anos, era considerado um herói na Nova Zelândia, desde que começou a carreira vitoriosa em 1979, na regata Fastnet, que voltou a ganhar em 1989.
Em 1980 e 1984, Blake dominou a regata Sidnei-Hobart, em 1988 ganhou a Volta à Austrália e em 1994 estabeleceu o recorde mundial da volta ao Mundo, em 74 dias, 22 horas, 17 minutos e 22 segundos.