Campo Benfeito, uma pequena aldeia do concelho de Castro Daire perdida em plena da Serra do Montemuro, enche-se a partir de sábado de nomes conhecidos da música e teatro portugueses, durante o Festival Altitudes.
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Organizado pelo Teatro Regional da Serra do Montemuro (TRSM), o festival consegue anualmente atrair à aldeia muito mais pessoas do que as sessenta que lá vivem e que têm como principais actividades a agricultura, a pastorícia e a confecção de vestuário de linho, burel e lã.
«O nosso problema é mesmo a lotação do espaço, porque os bilhetes (164) são sempre poucos para a procura», contou à Agência Lusa Lúcia Simões, da produção, apontando como principal factor do sucesso do festival o facto de «oferecer cultura num espaço rural».
Orçado em 60 mil euros, o Festival Altitudes - que se prolonga até ao dia 20 - integra «quatro ateliers para ocupar as manhãs e as tardes, muita música com influências étnicas, folclóricas e um toque de jazz, que será uma novidade, e também bons espectáculos de teatro», sublinhou.
O arranque é marcado, como habitualmente, por um atelier de lanternas orientado por Helen Ainsworth, seguindo-se um concerto do grupo "Toques do Caramulo" e o singular espectáculo de teatro, música e moda "Trechos, Trovas e Trogloditas", do TRSM e da cooperativa local "As Capuchinhas".
Trata-se de uma estreia e também de uma apresentação única que, aproveitando as peças e vestuário da cooperativa, «faz uma retrospectiva de todo o trabalho do TRSM, com trechos e trovas dos seus espectáculos e os trogloditas de sempre», explicou, gracejando, Lúcia Simões.
"Kansera", do Teatro Mínimo, "As desventuras de Isabella", da Casa da Comédia, "Gente Feliz com Lágrimas", do Teatro o Bando, "Don Quixote", do Chapitô, e "A Gargalhada de Yorick", do Teatro Instável, são alguns dos projectos que vão ser levados até ao alto da serra.
«Todos os espectáculos são de qualidade», frisa Lúcia Simões, considerando este outro dos factores que atrai anualmente pessoas da região, de vários pontos do país e do estrangeiro.