Cientistas norte-americanos desenvolveram um transístor unimolecular tão pequeno que podem caber cerca de dez milhões no espaço correspondente à cabeça de um alfinete. Em 1947, quando dois cientistas da Bell inventaram o transístor, este tinha o tamanho do mostrador de um relógio de pulso.
Corpo do artigo
O desenvolvimento da nanotecnologia em direcção ao infinitamente pequeno (e ilimitadamente potente) continua, com uma equipa de cientistas norte-americanos a produzirem um transístor unimolecular que pode conter cerca de 10 milhões na cabeça de um alfinete. Esta descoberta, publicada esta quinta-feira na edição online da revista «Science»abre perspectivas de desenvolvimentos inéditos no mundo dos computadores.
Foi outra equipa de investigação da empresa de telecomunicações Bell (meio século volvido da invenção do transístor) que conseguiu este avanço notável no nanotecnologia de circuitos. Os cientistas esperam que os transístores de silicone, o elemento principal nos computadores actuais, sejam tão pequenos quanto a física o puder conceber.
Estes novos nanotransístores são elementos orgânicos, que podem ser utilizados em computadores em papel ou tecido, para a medicina e no espaço, virtualmente em qualquer lugar e para qualquer situação.
«Podemos pensar em electrónica flexível, umas das coisas que o silicone não pode fazer», declarou Hendrik Schon, um dos elementos da equipa que criou o novo dispositivo. Schon trabalhou com os químicos Zhenan Bao e Hong Meng, numa descoberta que pode revolucionar o mundo da informática.
O cientista garantiu que o transístor molecular é barato e pode ser feito em qualquer laboratório, dispensando «salas limpas» como as actualmente requeridas pelos fabricantes de transístores. A Lei de Moore corre assim o risco de passar à história da tecnologia. O fundador da Intel previu que o número de transístores iria duplicar, aproximadamente, a cada 18 meses. Schon crê que «se vai demostrar o limite último da Lei de Moore».
Os cientistas da Bell utilizaram «moléculas conjugadas», obtidas a partir de carbono, hidrogénio e sulfúreo. Esta solução é passada de uma proveta para cima de electrões de ouro, formando-se os transístores num processo natural.
A nanociência é considerada como o estudo de matéria (orgânica e não orgânica) de tamanho inferior a um micrómetro - mil vezes mais pequeno que um milímetro - e superior a um nanómetro, que é mil vezes menor que um micrómetro.