Estudos mostram que uma dieta variada pode ter sido causa da imposição do homem moderno face ao homem de Neandertal, há 30 mil anos, na Europa.
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Há 30 mil anos, o homem moderno conseguiu impor-se na Europa ao homem de Neandertal graças a um regime alimentar mais variado, revelou um estudo realizado aos ossos deste antepassado da humanidade.
A revista «Proceddings», da Academia norte-americana das Ciências, publicou uma investigação em que se analisou a composição de ossos de cinco indivíduos de raça Neandertal e de cinco indivíduos de raça anatomicamente moderna, tendo-se encontrado diferenças evidentes.
Esse estudo revelou que, enquanto o homem de Neandertal manteve até ao seu desaparecimento uma dieta à base de grandes mamíferos, o homem anatomicamente moderno já incluiu na sua alimentação peixes e aves.
Através dos ossos, que segundo o investigador da Universidade de Bradford, em Inglaterra, Michael Richards, revelam aquilo que comemos, pode descobrir-se de forma aproximada quais foram os elementos da dieta dos seus proprietários.
Richards explicou ainda que nem uns nem outros incluíam frutos ou verduras em quantidade suficiente, para ser detectada através deste tipo de análise feita à composição dos seus ossos.
Uma das raças que se impôs à de Neandertal na Europa foi a dos homens de Cro-magnon, uma das variantes do Homo Sapiens Sapiens, designação científica do homem anatomicamente moderno.
Supõe-se que o regime alimentar, assim como a superioridade relativamente a melhores instrumentos e ferramentas, aliada à possibilidade de terem começado a articular uma linguagem, possam ter sido factores determinantes na imposição do homem moderno face ao de Neandertal na Europa.