Moita Flores, antigo inspector da PJ, acusou esta quinta-feira Orlando Romano, actual director nacional da PSP, de ter divulgado na Comunicação Social, a propósito do processo Casa Pia, a história de que existiria uma «teoria da cabala» para tentar prejudicar o PS.
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A notícia sobre a alegada «cabala» surgiu no semanário Expresso na altura da detenção do ex-ministro socialista Paulo Pedroso, e, segundo a mesma, haveria um grupo de pessoas, incluindo Moita Flores, que pretendia atingir o PS e o seu líder na altura, Ferro Rodrigues, e ilibar os actuais arguidos no processo Casa Pia.
«Sei que foi ele», afirmou esta quinta-feira Moita Flores em tribunal, referindo-se a Orlando Romano, na altura magistrado do Ministério Público.
Em resposta a uma pergunta de Ricardo Sá Fernandes, advogado de Carlos Cruz, Moita Flores adiantou que teria sido Orlando Romano quem «inventou» a história para a comunicação social e que o seu envolvimento se deveu a uma inimizade antiga entre ambos.
O actual presidente da Câmara de Santarém explicou que, devido a essa notícia, sentiu a necessidade de escrever uma carta a Ferro Rodrigues (que deixou na sede do partido), onde alertava para a existência de interesses em atingir o PS e o seu líder e que estes vinham de dentro do próprio partido.
Moita Flores também negou que alguma vez tivesse visto uma fotografia de Carlos Cruz com uma criança (em actos ligados a pedofilia), que lhe teria sido mostrada pelo agente Jorge Cleto, da PJ.
No final da sessão em que foi ouvido como testemunha, Moita Flores ainda disse que falou com o jornalista Jorge Van Krieken depois de ter estado presente em julgamento no passado dia 18, e referiu que vai pedir certidões para proceder criminalmente contra quem o ofendeu, no âmbito do processo Casa Pia.