O director do Fantasporto, Mário Dorminsky, criticou este sábado o desinteresse das entidades oficiais e da comunicação social pelo evento, lamentando não poder levar o Festival Internacional de Cinema do Porto para fora de Portugal.
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Mário Dorminsky referiu que «são sobejamente conhecidos muitos casos de artistas portugueses de todas as áreas que, ao sentir-se ignorados em Portugal, optaram por transferir-se para o estrangeiro, onde acabaram por obter o reconhecimento que aqui lhes era negado».
«É pena não poder fazer isso com o Fantasporto, porque nos sentimos mal entendidos tanto pelas entidades oficiais, como pela comunicação social, que dá escassa atenção ao festival, apesar da sua grande relevância internacional», afirmou.
O Fantasporto foi considerado em 2005 e 2006 pela revista norte-americana "Variety" como um dos 20 festivais de cinema mais importantes a nível mundial.
Falando na conferência de Imprensa em que foram anunciados os prémios da 26ª edição do festival, que tem hoje a sua sessão oficial de encerramento, mas termina domingo, o director do Fantasporto foi especialmente crítico
relativamente à RTP.
«Acho lamentável que a RTP, estação pública com obrigações de serviço público, que sempre nos apoiou nas edições anteriores, tenha optado este ano por quase ignorar o festival por ele ser patrocinado pela SIC, como se esse
simples facto desqualificasse automaticamente o Fantasporto do ponto de vista informativo», afirmou.
Quanto às entidades oficiais, Mário Dorminsky lamentou que o Instituto do Turismo de Portugal (ITP), apesar de considerar o Fantasporto como uma das 50 principais marcas de Portugal e a única da área da cultura, não actue em conformidade, dando um apoio efectivo à imagem do evento no país e no estrangeiro.
Faltando ainda dois dias para o fim do festival, o Fantasporto ultrapassou já, nos primeiros 12 dias, os 100 mil espectadores, registando-se uma «subida significativa nos bilhetes vendidos».