O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, comparou este domingo, no Porto, o discurso do líder do PSD no encerramento do congresso a «vinho velho e um pouco azedo em casco novo».
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«No essencial confirmam-se as linhas ideológicas, com soluções requentadas que este governo está a executar», disse Jerónimo de Sousa.
Falando à margem de uma homenagem ao escritor e ensaísta Óscar Lopes, o líder comunista considerou que «pode haver diferenças de ritmo, pode haver mais discurso social, um pouco à flor da pele, mas na prática e em termos de conteúdo político poder-se-ia dizer que é um pouco como vinho velho em casco nova».
«Quando se procura privatizar tudo, quando se procura rasgar a Constituição, particularmente as referências ao projecto de Abril, naturalmente que depois coloca-se esta contradição insanável, como é que se defende o desenvolvimento e a democracia social e simultaneamente se defende no plano económico uma politica ultra neo-liberal?», questionou.
Sobre a afirmação de Menezes que no discurso de encerramento do congresso disse que, ao contrário do Governo, não considera o PCP «um inimigo», Jerónimo de Sousa considerou tratar-se de «uma afirmação que neste contexto tem alguma importância e que deveria, até, levar a um rebate de consciência do próprio PS e, em particular, do primeiro-ministro no que respeita aquelas referencias ligeiramente ameaçadoras ao PCP e aos sindicatos».
«Admitimos que o primeiro-ministro possa ter reagido num momento de irritação, mas ouvindo agora o líder do PSD, este comentário devia levar o engenheiro José Sócrates a fazer um acto de avaliação de consciência e deixar-se de anticomunismo que em Democracia não resulta», frisou.