As divergências no PCP voltam a acentuar-se. João Amaral e outros militantes comunistas defendem uma «reflexão profunda» e uma «nova estratégia de alianças». O partido não gostou e pretende expulsar os militantes, numa mensagem expressa na última edição do jornal «Avante!». A TSF mostra «o que eles dizem».
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Carlos Brito na TSF (17 Dezembro 2001)
«Há que assumir as responsabilidades das derrotas verificadas e que são numa área extremamente sensível da influência do Partido Comunista, que é toda a sua influência autárquica»
«É necessário uma reflexão muito profunda, no sentido de encontrar respostas».
João Amaral no «Expresso» (22 Dezembro 2001)
«A CDU teve um resultado muito negativo. Perdeu influência em zonas urbanas - Loures, Barreiro e Évora - e em zonas rurais.»
É «evidente que este resultado questiona a linha política que foi seguida. Uma pergunta central: diz-se, e bem, que o eleitorado castigou o Governo; mas o eleitorado que tirou presidências e votos ao PCP não é o mesmo que castigou o Governo? Por que será que nuns sítios castigou o Governo, dando vitórias ao PSD, e noutros retirou presidências e votos ao PCP para as dar ao PS? É necessário fazer esta reflexão».
«Pressuporia uma reflexão profunda que tivesse por objectivo duas questões centrais: a definição de uma estratégia para as legislativas e o estabelecimento de critérios para a composição das listas. A definição de um programa político profundamente renovado e uma nova estratégia de alianças».
«É necessário, de facto, um congresso extraordinário».
Editorial «Avante!»
Uma «autêntica declaração de guerra ao partido».
«(...) À margem e em afrontamento das normas do funcionamento partidário, em desrespeito profundo das conclusões do XVI Congresso» e «recorrendo a práticas inaceitáveis e condenáveis».