Ser bonito dá ou não felicidade? De acordo com um estudo estatístico desenvolvido por cientistas italianos e suíços, a resposta parece ser sim. Ou seja, os mais bonitos acabam por ficar com quem querem, enquanto os outros ficam sujeitos ao que «sair na rifa».
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A beleza de alguns pode ser a infelicidade de outros, de acordo com um estudo estatístico desenvolvido por cientistas das universidades de Roma, na Itália e de Friburgo, na Suíça.
O facto pode não constituir novidade, mas a verdade é que esta foi a primeira vez que a conclusão foi fundamentada pela matemática.
O estudo, divulgado na revista «New Scientist» e citado na BBC Online, é baseado num modelo matemático que avalia a felicidade da sociedade em função da forma como as pessoas se juntam.
O teste foi inicialmente criado nos anos 60 por investigadores da Universidade da Califórnia que conseguiram demonstrar matematicamente que se se agrupasse pessoas de forma aleatória em relação à sua capacidade de atrair outras, cada uma tinha igual probabilidade de «acabar» com outra fisicamente «satisfatória».
Guido Caldarelli, da Universidade de Roma e Andrea Capoci, da Universidade de Friburgo, decidiram introduzir no modelo matemático anterior a variável beleza, através do chamado «factor Vogue», uma espécie de escala de beleza de umas pessoas em relação a outras.
Assim, os investigadores «geraram» pessoas em computador, associando a cada modelo um dado grau de beleza. Em seguida, introduziram na equação um factor - a que chamaram «U» - que avaliando até que ponto a beleza tem influência na sociedade.
Quando U era igual a zero - como no estudo realizado nos anos 60 - verificou-se que as pessoas conseguiam «encontrar» pares colocados até à posição número 70 (ou superior) na sua lista de preferências.
No entanto, quando à variável U foi dado um valor ligeiramente superior a zero, as pessoas mais bonitas surgiram à cabeça da lista de preferências de toda a gente. Ou seja, mesmo uma pessoa medianamente atraente ficou sujeita a ter de se «contentar» em ficar com alguém colocado no 900º lugar da sua lista de preferências.
Conclusão: só as pessoas bonitas têm hipótese de «acasalar» com quem desejam. «Quando o conceito de 'mais bonito' tende a ser igual para toda a gente é cada vez mais difícil que todos sejam felizes», afirmou à BBC Guido Caldarelli.