O segundo festival Internacional de Cinema Documental de Lisboa começa hoje na Culturgest, abrindo uma semana em que serão exibidos 60 documentários, alguns deles inéditos Em Portugal.
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A abrir o festival, destaca-se a exibição do filme «The Revolution will not be televised», de Kim Bartley e Donnacha O´Brian, sobre as dramáticas 48 horas do golpe de Estado contra Hugo Chavez, em Abril de 2002 na Venezuela.
Sobre a competição internacional do festival, Serge Trefáut, um dos responsáveis pelo evento, explicou que esta secção é composta por 17 longas-metragens e 12 curtas-metragens documentais de todo o mundo, na sua maioria inéditas em Portugal e premiadas em festivais.
Em competição vão estar filmes provenientes da Alemanha, Bélgica, Bielorússia, Brasil, Cambodja, China, Cuba, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Holanda, Ìndia, Israel, Itália, Portugal, Rússia e Suíça.
Dos filmes a concurso destaque para a exibição de filmes polémicos que serviram para mostrar questões políticas e de justiça como «O Prisioneiro da Grade de Ferro», do brasileiro Paulo Sacramento, que faz um retrato da maior prisão da América Latina, a Carandiru, em São Paulo, ou «Chekpoint», de Yoav Shamir, sobre o Médio Oriente.
Na secção «Para onde vai o documentário português?» vão ser apresentados dez filmes de curta e longa-metragem, seleccionadas de entre 70 enviados ao festival.
Orçado em 245.000 euros, o festival - organizado pela APORDOC (Associação pelo Documentário) - deverá ser visto por cerca de 11.000 espectadores até ao encerramento, a 31 de Outubro, adiantou Tréfaut.
«O arquitecto e a velha Cidade», de Catarina Alves da Costa, «Je t´aimeàmoi non plus", o primeiro documentário de Maria de Medeiros, «A guerra no Iraque», de Leonor Areal, «Entre duas terras», de Muriel Jaquerod e Eduardo Saraiva Pereira, sobre a aldeia da Luz, são alguns dos filmes a concurso.
O DocLisboa vai ter uma secção temática, este ano dedicada ao Médio Oriente, e uma outra sobre um país - nesta edição a escolha foi para Espanha.
Por fim, no Grande auditório da Culturgest Nicolas Philibert, o realizador do polémico «Être et Avoir» (documentário sobre uma escola de aldeia visto por mais de cinco milhões de espectadores e que estreou este ano em Portugal) vai fazer uma apresentação sobre o seu trabalho.
No tocante a prémios serão distribuídos quatro: Prémio DocLisboa para a melhor curta-metragem (inferior a 60 minutos) no valor de 3.000 euros; Prémio DocLisboa para a melhor longa-metragem (acima dos 60 minutos) no valor de 5.000 euros; Prémio DocLisboa para a melhor primeira obra no valor de 3.000 euros e ainda o Prémio Tóbis para o melhor documentário português no valor de 3.500 euros.
O júri dos Prémios para as curtas e longas-metragens será presidido pelo realizador Paulo Branco, fazendo também parte Cármen Cobos, Luciano Barisone, Marie-Pierre Müller e a realizadora portuguesa Margarida Cardoso.
O II Festival Internacional de Cinema Documental de Lisboa encerra no dia 31 com a exibição do filme «Le monde selon Bush», de William Karel, sobre a família Bush.