Sobre a crise que se vive nos mercados financeiros e o modo como pode vir a influenciar a economia portuguesa, a TSF ouviu, esta tarde, dois antigos ministros das Finanças.
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Campos e Cunha que foi responsável pela pasta das Finanças neste Governo de José Sócrates defende que o Executivo não tem grande margem de manobra para contornar esta crise.
«Pouca coisa o Governo poderá fazer, ainda temos um défice orçamental significativo», salienta.
Campos e Cunha explica ainda que numa «crise bancária séria» terá que «ser o ministro das Finanças a enfrentá-la».
«O Banco de Portugal está impedido de tomar isoladamente qualquer atitude dentro do sistema dos bancos europeus centrais», acrescenta.
Campos e Cunha adianta também que perante um cenário internacional como aquele que se está a verificar espera-se «uma quebra do investimento nas grandes economias e muito provavelmente também em Portugal».
Já o antigo ministro das Finanças e da Segurança Social durante o executivo liderado por Durão Barroso, Bagão Félix, lembra que a economia portuguesa não está imune a esta crise e admite que para evitar males maiores o Governo tenha de recorrer a uma descida dos impostos, embora não seja um cenário que coloque no imediato.
O primeiro-ministro tem repetido que este não é ainda o momento para equacionar uma eventual descida dos impostos e que a política orçamental seguida pelo Governo faz com que a economia portuguesa esteja preparada para enfrentar esta crise.
Num outro olhar sobre esta crise, António Costa, editor de economia do semanário Sol, pensa que os portugueses devem preparar-se para um ano pior do que se esperava, apesar de as empresas nacionais estarem a ter melhores resultados do que o comportamento da bolsa indica.
O Banco de Inglaterra acaba, entretanto, de anunciar que procedeu hoje a mais uma injecção de liquidez de emergência no mercado monetário.
O banco central britânico cedeu o equivalente a mais de seis mil milhões de euros a varias instituições bancárias, procurando desta forma evitar maior agitação e dificuldades nos mercados financeiros.