Domingos Abrantes desvalorizou, esta sexta-feira, os alertas lançados por Carlos Carvalhas sobre os aspectos negativos do PCP. Já Francisco Lopes defendeu no seu discurso no Congresso o voto por braço no ar.
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No seu discurso perante o Congresso do PCP, Carlos Carvalhas advertiu para «derivas de mando, de autoritarismo» que ainda se manifestam no partido.
Questionado sobre este alerta, Domingos Abrantes reconheceu a existência de alguns aspectos negativos,sublinhando, no entanto, que «não é isso que marca a vida e a prática do PCP».
Domingos Abrantes, membro da Comissão Política do PCP e considerado da ala ortodoxa do partido, lembrou ainda que, segundo os estatutos do PCP, «o secretário-geral não tem poderes especiais e é membro de um colectivo», ao qual tem de de se submeter mesmo quando a sua opinião é discordante.
Sobre algumas críticas internas à escolha de Jerónimo de Sousa como nome a apresentar ao novo Comité Central para liderar o partido, Domingos Abrantes afirmou que «dificilmente alguém poderia ser unânime».
Francisco Lopes defende voto por braço no ar
Outra das vozes sonantes no Congresso foi Francisco Lopes, que defendeu que o voto por braço no ar é o que «melhor se coaduna com o espírito» dos comunistas e avisou que o voto secreto não fará regra no partido.
O dirigente comunista disse que a forma de votação não é uma questão de princípio, defendendo que o voto secreto que vai ser adoptado na eleição do comité central, por imposição legal, «não tem que ser generalizada».