O líder do PSD afirmou que há «falta de elementos» para propor a demissão do Chefe do Estado-Maior do Exército, pelas declarações feitas sobre a morte do militar Hugo Paulino. Durão criticou, no entanto, o ministério da Defesa por demorar demasiado tempo a interferir na polémica.
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O líder do PSD, Durão Barroso, afirmou hoje que há «falta de elementos» para propor a demissão do Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), na sequência das declarações do general Martins Barrento sobre o caso da morte do primeiro-cabo Hugo Paulino.
O líder do PSD disse, em Chaves, que não se deve propor levianamente a demissão de qualquer chefia militar. Apenas «em casos absolutamente excepcionais é que tal [a demissão] deve acontecer», defendeu.
«Neste momento não tenho elementos que me permitam propor essa medida e não vou fazê-lo, pois seria irresponsável da minha parte», acrescentou ainda Durão Barroso que, regressado de uma viagem a Moscovo, não se pronunciou publicamente sobre as declarações do CEME.
O general Martins Barrento declarou sexta-feira passada, numa entrevista à Antena Um, que o pai do primeiro-cabo Hugo Paulino, ao relacionar a morte do filho com as radiações recebidas pelo militar português quando esteve no Kosovo, estava a ser manipulado por forças anti-democráticas sérvias.
O líder do PSD lamentou, por outro lado, que o ministro da Defesa só hoje tenha comentado esta polémica numa conferência de imprensa em Lisboa, onde Castro Caldas reiterou que os resultados das análises efectuadas no Kosovo apresentaram «valores muito abaixo dos considerados da radiação ambiente normal».
Durão Barroso disse lamentar «o facto de só agora, depois do PSD ter dirigido um requerimento ao Governo para esclarecimento deste caso», em 21 de Dezembro, o ministro da Defesa ter procurado dar uma resposta que, ainda assim, «não é esclarecedora».
Sobre esta conferência de imprensa, Durão Barroso elogiou o
facto de o ministro da Defesa ter reconhecido que tem de enviar uma missão tecnicamente mais preparada para averiguar o que realmente se passa.
«Quero dizer que é importante que o poder político entenda que não está acima das pessoas. Não é com meias verdades nem com uma política de secretismo que se ganha a confiança dos portugueses», referiu.
Durão Barroso entende ainda que «uma situação destas é grave e não pode ser tratada com demagogia» e que por isso se pode e deve «criticar o modo como o governo tem estado a gerir este caso».