Jorge Sampaio esteve, esta sexta-feira, de visita à Serra do Caldeirão, uma das zonas mais atingidas pelos incêndios deste verão. O Presidente da República ouviu as queixas dos habitantes, enquanto o secretário de Estado das florestas deixou promessas de apoio recebidas com cepticismo.
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Com uma sala cheia de habitantes da serra do Caldeirão, Jorge Sampaio quis primeiro ouvir o diagnóstico da situação depois dos incêndios: cerca de 40 mil hectares de área ardida, uma serra cada vez mais desertificada, mas com grande potencial devido aos sobreiros, tendo em conta que o negócio da cortiça representa três por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
«O que há são responsáveis a vários níveis, e das duas uma: ou politicamente se percebe que esses três por cento do PIB e 11 por cento das nossas exportações valem um envolvimento global sem que as pessoas passem a vida a culpar-se umas às outras, ou vamos repetir os erros do passado e continuar com o mesmo cenário de incêndios», avisou o presidente.
O secretário de Estado das florestas, que também esteve presente, garantiu à população que há medidas previstas. Até ao fim do ano deverão ser criadas zonas de intervenção florestal, para as quais vão ser canalizados instrumentos financeiros. O governo está também a analisar a possibilidade de adiantar dinheiro a quem não tem possibilidade de investir.
Promessas que foram recebidas por alguns com cepticismo. «Não acredito porque já cá houve grandes incêndios, há 10 ou 12 anos, e ainda hoje esperamos pelos subsídios», disse à TSF um dos habitantes da serra presente no encontro.