O presidente da União de Editores Portugueses assinalou que o Governo não apoia as deslocações dos editores ao estrangeiro. Mário Moura diz ainda que as autarquias não dispõem de verbas para comprar livros para as bibliotecas.
Corpo do artigo
O presidente da União dos Editores Portugueses (UEP) considera que o Governo não tem ajudado a que os editores portugueses possa estar presentes em feiras internacionais, algo que Mário Moura entende como «fundamental».
«Quando vamos às feiras internacionais, não é para defendermos os nossos interesses pessoais, mas é para representar a edição portuguesa na sua globalidade», afirmou o líder da UEP.
Mário Moura lamenta também que as câmaras municipais não disponham de verbas para comprar livros para as suas bibliotecas, algo que o responsável da UEP entende que deveria ser responsabilidade do Governo e do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas (IPLB).
«Por exemplo, nunca vendi um livro para uma biblioteca e, por outro lado, as bibliotecas precisam de ter outro tipo de horários, porque não adianta estarem a funcionar como se fosse uma repartição ou uma agência bancária. Temos tempo para ler à noite ou aos sábados e domingos», concluiu.
Por seu lado, a ministra da Cultura entende que o futuro do livro não está em perigo, dado que, na sua opinião, cada vez mais surgem novos leitores, apesar de não existirem estatísticas sobre o livro em Portugal.
«No entanto, pelo conhecimento empírico, todos temos a noção de que se vendem muito mais livros, que hoje se lê muito mais que há dez anos atrás. Apesar de haver hoje alguns obstáculos para a leitura, o livro parece estar de boa saúde e o seu futuro parece ser auspicioso», concluiu.
Estes temas, que o presidente da União dos Editores Portugueses considera que põem em causa o futuro do livro, são discutidos a partir desta segunda-feira num congresso a realizar na Fundação Calouste Gulbenkian.