A política de Educação do Governo vai, esta terça-feira, a «exame» no Parlamento, durante uma interpelação do PCP em que os comunistas vão desafiar o primeiro-ministro a suspender o polémico sistema de avaliação de professores.
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Dez dias depois da manifestação contra as políticas educativas e a avaliação, que juntou cerca de 100 mil professores em Lisboa, a bancada do PCP confronta a ministra da Educação com o desafio de «retomar o diálogo, a negociação com os sindicatos».
À partida, a bancada comunista faz «um forte juízo de censura política» à política de Maria de Lurdes Rodrigues, a quem responsabiliza, juntamente com o primeiro-ministro, José Sócrates, por uma «guerra» declarada aos professores.
«Afrontando-os diariamente e atacando-os na sua dignidade profissional», afirmou Bernardino Soares, líder parlamentar comunista, que abrirá o debate de hoje.
«A insistência no autoritarismo e no confronto só poderá conduzir ao agravamento da instabilidade e do caos nas escolas e que, pelo mais elementar com senso, deve ser evitado», sublinhou.
O segundo desafio lançado pela bancada comunista ao Governo é o de apresentar no Parlamento uma proposta de lei - em vez de decreto-lei, que «não é sujeito a debate democrático» - sobre a gestão das escolas.
Dessa forma, segundo Bernardino Soares, poderia «ser confrontada com as alternativas», nomeadamente o projecto de lei do PCP, para que fosse «aprovada uma lei mais adequada para as escolas».
Paulo Portas, do CDS-PP, aproveita esta interpelação do partido comunista para lançar também alguns reptos à ministra da Educação.
«Desafio a sra. ministra a aceitar exames aos alunos no final do ciclo escolar; a avaliação das escolas tem que ser feita
por critérios objectivos; a avaliação aos professores só pode começar no início do ano escolar», apontou.