A provedora da Casa Pia, Catalina Pestana, defendeu hoje no debate «A família e a Educação», na Gulbenkian, que o modelo vigente do ensino secundário é quase igual ao do século XVIII.
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«Direitos e responsabilidades na sociedade educativa» é o lema anima o debate na Gulbenkian. A provedora da Casa Pia, Catalina Pestana, marca o painel da tarde: «A família e a Educação» nas sociedades contemporâneas.
A responsável decidiu não dedicar um minuto à situação na Casa Pia. Catalina Pestana preferiu antes defender que as escolas estão a passar ao lado da chamada sociedade da informação.
A provedora da Casa Pia considera que o modelo actual do ensino secundário é quase igual ao do século XVIII.
O ensino unificado dos anos 70 democratizou o acesso. A escolaridade obrigatória foi instituída e por isso a motivação deixou de ser ir à escola.
«Uns vão lá para curtir, outros para comer, outros para estar com os amigos, outros vão para aprender», afirmou.
Mas há um ponto comum a todas as crianças quando chegam ao primeiro ano da antiga primária. Os alunos chegam com uma bagagem de cinco mil horas de televisão. Nesta medida a escola tem de filtrar e transformar a informação em conhecimento.
«Os mínimos olímpicos são aquilo que todos têm de saber para passar ao degrau seguinte e têm que ser estruturantes e estruturados», acrescentou.
Catalina Pestana considera que estas bases mínimas têm que ser dadas por professores motivados. Para saber se os professores estão a leccionar porque realmente desejam há um teste infalível.
«Uma turma de oitavo ano ao terceiro tempo da manhã tem um cheiro tão próprio, que só os que não ficam agoniados com aquele cheiro é que já passaram todas as etapas necessárias para passarem a pronto para o chamado exame de Estado».
A ironia de Catalina Pestana provocou risos na plateia. Na Gulbenkian a provedora da Casa Pia reconheceu ainda que em tempos defendeu os currículos alternativos, mas agora o que quer é alternativa de currículos.