George W. Bush admitiu que foram cometidos «erros tácticos» no Iraque, apesar de considerar «boa» a decisão de afastar Saddam Hussein do poder. Numa entrevista à Fox News, o presidente dos EUA falou ainda sobre a «ameaça real» chamada Irão.
Corpo do artigo
O presidente norte-americano admitiu, na quarta-feira, que foram cometidos «erros tácticos» no Iraque, apesar de insistir que a estratégia usada até acabou por não ser má.
Numa entrevista à Fox News, George W. Bush reconheceu erros no treino das forças iraquianas e na escolha de grandes projectos em vez de outros que teriam um «efeito imediato sobre a vida das pessoas», tendo ainda admitido que será necessário fazer a transferência de soberania para os iraquianos mais depressa do que o previsto.
Sobre a decisão de afastar Saddam Hussein do poder, o presidente norte-americano considerou ter tomado uma «boa decisão», embora tenha reconhecido que os factos desmentiram a razão que levou à guerra contra o regime iraquiano: a existência de armas de destruição maciça.
«Sabendo o que sei hoje, teria tomado a mesma decisão», afirmou Bush, que recusou a ideia de que a Administração norte-americana terá usado informações falsas para justificar a guerra.
George W. Bush aproveitou ainda para se distanciar do número de 30 mil mortos iraquianos desde a invasão, número que terá referido num discurso na segunda-feira. «É um número da imprensa. Os 30 mil iraquianos, digo-vos, é especulação. Não creio que alguém conheça o número exacto», afirmou.
Na mesma entrevista, Bush não esquecer o Irão, voltando a considerar que este país representa uma «ameaça real» e que por isso merecer continuar no «eixo do mal» de países que apoiam o terrorismo.
O presidente dos EUA disse-se «preocupado perante uma teocracia que tem pouca transparência, um país cujo presidente declarou que a destruição de Israel fazia parte da sua política externa, um país que não escuta as exigências do mundo livre que lhe pede para abandonar as suas ambições de ter a arma nuclear».
Apesar disto, Bush insistiu que os EUA continuam a «trabalhar na via diplomática» e que resolveram dar uma hipótese às negociações conduzidas pela União Europeia com o Irão.