Mais uma centena de emigrantes africanos abandonou este sábado Melilla a bordo de dois aviões para serem devolvidos a Marrocos. Ontem, os Médicos Sem Fronteiras denunciaram a existência de cerca de 500 emigrantes abandonados no deserto do sul de Marrocos, na fronteira com a Argélia.
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Os emigrantes - que não ofereceram resistência - foram escoltados e acompanhados por cerca de 50 polícias que os obrigaram a entrar para dois aviões fretados pelo Governo espanhol, tendo o primeiro aparelho descolado do enclave espanhol de Melilla às 13:10 locais (11:10 TMG) e o segundo dois minutos mais tarde, acrescentou o jornalista da AFP.
Segundo um polícia espanhol que se encontrava no local, trata-se de emigrantes africanos que tentaram entrar no enclave espanhol de Melilla, após os ataques de segunda e terça-feira.
Este repatriamento estende-se aos emigrantes do Mali que serão transportados para Algeciras, no sul de Espanha, para embarcarem em direcção a Tânger, norte de Marrocos, precisou o jornalista da France Press citando fontes da polícia espanhola em Melilla.
Um primeiro grupo de 73 emigrantes africanos foi expulso, quinta-feira, de Melilla para Marrocos no âmbito de um acordo de repatriamento de clandestinos assinado em 1992 entre Espanha e Marrocos mas que quase nunca foi aplicado.
Cerca de mil emigrantes da África subsaariana encontram-se actualmente em centros de acolhimento temporário de imigrantes após terem conseguido saltar a dupla barreira metálica que separa o enclave espanhol de Melilla do norte de Marrocos.
Marrocos «despejam» imigrantes no deserto
Ontem, os Médicos Sem Fronteiras (MSF) denunciaram a existência de «cerca de 500 imigrantes abandonados à sua sorte no deserto do sul de Marrocos», na fronteira com a Argélia.
O Ministério do Interior marroquino confirmou que foram devolvidos quinta-feira a Marrocos 73 cidadãos subsaarianos que chegaram a Melilla na derradeira tentativa de entrada maciça em território espanhol, e depois transportados até ao deserto do sul de Marrocos.