Um especialista britânico em BSE avançou hoje a possibilidade de existir uma via de infecção desconhecida, depois da contaminação de um vitelo nascido após 1996, quando foram interditas as farinhas animais na alimentação dos bovinos.
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Um especialista britânico em BSE avançou hoje a possibilidade de existir uma via de infecção desconhecida, depois da contaminação de um vitelo nascido após 1996, quando foram interditas as farinhas animais na alimentação dos bovinos.
Até agora só foram identificadas duas vias de transmissão da doença: pela ingestão de farinhas de origem animal ou pela mãe ao seu vitelo. No caso agora detectado - o vitelo nasceu 10 meses depois da data de interdição das farinhas de origem animal, responsáveis, segundo os cientistas, pela transmissão da doença das vacas loucas -, a mãe, entretanto abatida, não estava contaminada.
«Devemos considerar dois factores. Um é verificar se poderá ter havido uma transgressão na interdição de utilizar farinhas de origem animal, o que é inquietante porque se verificou 10 meses após o embargo às farinhas», explicou o professor Peter Smith, presidente do Comité Governamental de Estudo da BSE.
«A outra possibilidade é que exista uma terceira via de transmissão. Nós só conhecemos a transmissão através da alimentação e a da vaca ao seu vitelo», acrescentou.
«É possível, e não podemos excluir completamente esta hipótese, que exista uma forma de transmissão num nível baixo que possa provocar um caso como este», referiu Peter Smith.
A epidemia da doença das vacas loucas continua a diminuir regularmente, com 1.311 casos de BSE identificados no Reino Unido em 2000, menos 42 por cento que no ano anterior.
Entretanto, não foi detectado nenhum caso de BSE entre as 134 vacas abatidas na sexta-feira na Morávia do Sul (República Checa), na zona onde tinha sido descoberto o primeiro caso da doença, no início de Junho.