Com mais concertos fora do país do que dentro de portas, Victor Gama - criador dos projectos Odantalan ou Berimbau-Ungu (com o brasileiro Naná Vasconcelos) - leva este sábado, ao cinema São Jorge, os instrumentos que caracterizam o trabalho multimédia, num espectáculo integrado no Festival Número-Projecta.
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Com actuação marcada para este sábado, dia 11, no festival Número-Projecta, e no Atlantic Waves, a 25 de Novembro em St. Gilles Cripplegate, Londres, o artista performer luso-angolano Victor Gama apresenta ao público dois espectáculos que não se limitam na ideia de concerto.
Os seus instrumentos são peças de arte esculturais e suas apresentações em palco resultam com uma forte componente de performance, onde a fusão dos elementos sonoros e a tri-dimensionalidade dos instrumentos é um factor diferencial e inovador.
Esta característica nasce da investigação que desenvolve há vários anos sobre a metamorfose dos instrumentos musicais, pesquisando a sua evolução desde a pré-história até aos dias de hoje.
Desta pesquisa Victor Gama cria a Teoria dos Modos Golianos, considerando a forma um elemento fundamental no processo de composição e escrita musical. Podemos dizer que a sua música tem três dimensões e os instrumentos que inventa nascem desta ideia de dinâmica onde música e instrumento são um só.
Em 2005 é convidado para o projecto Folk Songs for the Five Points com William Parker e Guillermo E. Brown (considerados pelo Village Vanguard expoentes máximos do free jazz contemporâneo), encomendado pelo Lower East Side Tenement Museum de Nova Iorque.
Folk Songs for the Five Points consistiu na criação de uma "impressão digital sonora" do bairro de imigrantes nova-iorquino Lower East Side e o Sound Map podia (e pode através do site) ser manipulado pelo público através da utilização de elementos interactivos. Este projecto foi destaque em publicações como The Wired, Le Monde, Time Out New York, BBC World Service, entre outras.