A construção dos estádios não deverá ser a preocupação maior da organização do Euro 2004, afirmou hoje o director do Euro 2000. O que é preciso é concentrar esforços no que vale a pena como, por exemplo, no voluntariado e nos aspectos informáticos.
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O director do Europeu 2000, Alain Courtois, está «impressionado com os progressos» registados nos preparativos para o Euro 2004, garantindo que os portugueses «estão mais avançados» do que a organização belga e holandesa na mesma altura. Courtois aconselhou, no entanto, a organização portuguesa a não se preocupar em demasia com a construção dos estádios.
Courtois aconselha os portugueses a continuarem a acompanhar os projectos de construção dos estádios, mas a darem especial atenção ao suporte informático do campeonato, sugerindo o uso da Internet para «optimizar e tornar seguro» o sistema de venda de bilhetes.
Segundo Courtois, 16 meses é tempo «suficiente» para a construção dos estádios e, mesmo em caso de atrasos, «pode trabalhar-se dia e noite» por forma a que os complexos estejam prontos a tempo de acolher os encontros.
Ainda neste capítulo, o responsável belga lembrou as situações ocorridas com os Mundiais de Itália, onde o Estádio Olímpico apenas ficou pronto uma semana antes da prova, e o de França, com a polémica em redor do Estádio de Saint-Dennis.
Para Courtois, que insistiu no facto de Portugal ter uma tarefa «menos complicada» uma vez que é apenas um país a organizar a prova, há que apostar na escolha acertada das «melhores pessoas para os sítios certos» e no sistema de suporte informático, «que é mais difícil de resolver que o problema dos estádios».
Outro aspecto salientado por Courtois foi a possibilidade de Portugal melhorar o programa paralelo de eventos sociais e culturais que poderão acompanhar a prova.
Neste sentido, o presidente do Conselho de Administração da Sociedade Euro 2004, Gilberto Madail, desvendou uma ponta do véu ao realçar a possibilidade dos 800 quilómetros de praias de Portugal virem a ser aproveitados para uma série de iniciativas, aproveitando a estada em Portugal de muitos adeptos europeus do futebol.
Madail, que considerou «muito proveitoso» o encontro de dois dias mantido em Lisboa com os responsáveis do Europeu deste ano, admitiu que a Sociedade Euro 2004 tem «concentração absoluta sobre a questão dos estádios», mas a reunião com os responsáveis belgas e holandes visou, sobretudo, aspectos relacionados com o torneio.
O presidente da Sociedade Euro 2004 referiu que serão necessários pelos menos 3.500 voluntários, uma força de trabalho que será recrutada entre pessoas reformadas e estudantes, um aspecto que poderá exigir uma adequação dos calendários lectivos.
Madail aproveitou ainda o momento para se congratular com a «Bola de Ouro» entregue a Luís Figo e com o sexto lugar de Portugal no «ranking» da FIFA, que coloca o país na quarta posição da hierarquia da modalidade a nível europeu.