O Parlamento francês aprovou definitivamente o prolongamento por três meses do estado de emergência no país. A aprovação da medida, apresentada na terça-feira, decorreu hoje no Senado, com 202 votos a favor e 125 contra, apesar do regresso à calma nos arredores de Paris.
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A França será assim colocada, até Fevereiro, sob este regime que autoriza, nomeadamente, a instauração do recolher obrigatório, buscas policiais tanto de dia como de noite e a proibição de alguns ajuntamentos.
O «projecto de lei que prorroga a aplicação da lei de 03 de Abril 1955» defendido pelo ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, obteve 202 votos a favor da maioria contra 125, os da oposição de esquerda.
O estado de emergência é prorrogado a partir de 21 de Novembro. Todavia, «pode ser terminado por decreto em Conselho de Ministros antes dessa data».
Este prolongamento ocorre numa altura em que até mesmo o recolher obrigatório já foi levantado em diversas regiões.
As críticas de constitucionalistas, a rejeição da esquerda e as denúncias das associações de direitos humanos não demoveram o Governo de Dominique de Villepin de dotar-se deste instrumento na sua luta contra a violência urbana.
Os actos de violência diminuíram consideravelmente: a noite passada só foram incendiados 163 veículos, muito longe dos mais de 1.400 que foram pasto das chamas nas noites mais quentes dos distúrbios, que começaram no passado dia 27 de Outubro.