A presidente do III Encontro do Fórum Internacional de Jovens Investigadores, Irene Fonseca, criticou o sistema científico nacional, alegando que a «investigação exige tempo e seriedade», não sendo compatível com a estrutura universitária.
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A estrutura das universidades portuguesas dificulta a realização de mais investigação científica de qualidade, afirmou Irene Fonseca, presidente do III Encontro do Fórum Internacional de Jovens Investigadores Portugueses que hoje termina na Universidade do Algarve.
«A investigação científica não se faz enquanto se vê televisão ou depois do jantar, exige tempo e seriedade», afirmou a presidente, criticando o sistema científico nacional.
De acordo com os cientistas, não se dá a devida importância à investigação para efeitos de promoção de carreira, constituindo um dos principais obstáculos ao regresso de mais cientistas portugueses radicados no estrangeiro.
Mediocridade instalada
«O sistema vigente paralisa os mais brilhantes já que no topo está, muitas vezes, instalada a mediocridade», sublinhou Manuel Paiva, presidente da Comissão Científica do Fórum e investigador em Física na Université Libre de Bruxelas.
O cientista, que deixou Portugal em 1964, sugeriu uma pesquisa na Internet para aferir das publicações científicas realizadas nos últimos cinco anos pelos professores catedráticos das universidades portuguesas.
«Se os resultados fossem afixados publicamente, muitos teriam motivos para se envergonhar», disse.